O Plano 1, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, encerrou o ano de 2024 com um déficit de R$ 3,16 bilhões, o maior retorno negativo desde 2017 e o primeiro desde 2021. A principal causa foi a oscilação do mercado, que afetou significativamente os investimentos, resultando na perda do superávit de R$ 14,5 bilhões registrado em 2023. Apesar do desempenho abaixo do esperado, a Previ, gestora do fundo, afirmou que a entidade continua sólida e mantém o compromisso de garantir o pagamento dos benefícios a seus mais de 106 mil associados, sendo a maioria aposentados ou pensionistas.
A rentabilidade negativa de 12% no portfólio de renda variável foi o principal fator para o mau desempenho do fundo, enquanto os investimentos no exterior, que registraram retorno de 40,4%, ajudaram a suavizar a situação. O fundo continua a seguir uma estratégia de longo prazo, com uma alta concentração em ações da Vale, que respondem por 42% da carteira de renda variável. Mesmo com a queda de 23% no valor das ações da mineradora em 2024, a Previ acredita que o ativo está subvalorizado e não venderá suas participações no momento devido aos dividendos oferecidos pela empresa.
Apesar do déficit, a Previ reforça que o equilíbrio financeiro da entidade foi mantido, e que os recursos líquidos estão assegurados para garantir o pagamento dos benefícios, sem a necessidade de vender ativos. Em 2024, os benefícios pagos totalizaram R$ 16,5 bilhões. A política de diversificação dos investimentos, com maior ênfase em títulos de renda fixa, também foi adotada ao longo dos últimos anos para reduzir os riscos no portfólio do fundo, embora a exposição à Vale continue relevante. A Previ ainda enfrenta um escrutínio por parte do Tribunal de Contas da União (TCU) devido às suas decisões de investimento que levaram ao déficit.