O PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) declarou um cessar-fogo à Turquia após mais de quatro décadas de conflito armado. Essa trégua acontece em um contexto de esforços de paz, mas o presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, afirmou que não negociará diretamente com o grupo. A ordem para o cessar-fogo foi dada por Abdullah Öcalan, líder do PKK, que está preso desde 1999, e a libertação dele se tornou uma exigência dos militantes curdos para que a entrega das armas do grupo à Turquia fosse realizada.
O PKK, que iniciou a luta armada em 1984, tem como principal reivindicação a autonomia cultural e igualdade de direitos para os curdos dentro da Turquia. Ao longo do conflito, mais de 40.000 pessoas perderam a vida, e a última tentativa de paz entre as partes ocorreu entre 2013 e 2015, mas não teve sucesso. O grupo, que inicialmente buscava a independência curda, mudou sua postura ao longo do tempo, passando a lutar pela melhoria das condições dos curdos no país.
Os curdos, um dos maiores grupos étnicos do Oriente Médio, vivem principalmente em países como Turquia, Iraque e Síria. Apesar da sua grande população, os curdos ainda não possuem um Estado próprio, o que tem sido uma das suas principais reivindicações. A Turquia, por sua vez, tem sido acusada de suprimir os direitos culturais dos curdos, o que gerou tensões e levou ao surgimento do PKK como uma resposta armada à opressão.