O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) desempenha papel crucial na preservação da Floresta de Araucárias, um ecossistema ameaçado. Para garantir o equilíbrio ambiental, a legislação estadual proíbe a colheita, o transporte e a comercialização do pinhão antes de 1º de abril. O objetivo dessa restrição é assegurar que as sementes do pinheiro-brasileiro amadureçam adequadamente, favorecendo a alimentação de animais silvestres e a reprodução da espécie. Durante a maturação, as sementes caem no solo, beneficiando diversas espécies de fauna local, como aves e roedores, e ajudando na dispersão das árvores.
A Floresta de Araucárias, além de ser um importante ambiente natural, possui relevância econômica significativa. Estima-se que cerca de 12 mil famílias do Planalto Serrano Catarinense colham pinhão, sendo que para 30% delas, essa atividade é uma das principais fontes de renda. A comercialização do pinhão representa uma parte considerável da economia local, com muitas dessas famílias utilizando Sistemas Agroflorestais (SAFs) que integram as araucárias com outras espécies nativas. A atividade de extrativismo do pinhão contribui, assim, para a sustentabilidade socioeconômica e a preservação ambiental, equilibrando as necessidades econômicas com a conservação da biodiversidade.
Além disso, o Plano de Ação Territorial para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção do Planalto Sul (PAT Planalto Sul), coordenado pelo IMA, visa promover a conservação da flora e fauna locais, ao mesmo tempo em que apoia o extrativismo sustentável. Este plano, que inclui a participação de diversos atores sociais e organizações, é parte da estratégia nacional de preservação das espécies ameaçadas de extinção. A iniciativa busca garantir que a exploração do pinhão seja feita de maneira responsável, beneficiando tanto as comunidades locais quanto a fauna e flora da região.