Pieter Mulier, atual diretor criativo da maison Alaïa, é considerado uma das principais figuras da moda, embora não seja tão reconhecido pelo grande público. O belga, que já trabalhou em marcas como Dior, Calvin Klein e Jil Sander, se destaca por seu trabalho voltado para a inspiração de outros profissionais do setor. Desde que assumiu a direção criativa da Alaïa em 2021, ele tem conquistado êxito com peças como as sapatilhas mesh flats e a bolsa Le Teckel, inspirada em seu cachorro. A recente coleção apresentada na Semana de Moda de Paris recebeu elogios, especialmente pela sua abordagem inovadora e pela combinação de cores sóbrias, como preto, off-white e tons de cinza.
A coleção de verão-outono de 2025 trouxe uma mistura de formas volumétricas e estruturas que lembram flutuação, presentes em vestidos drapeados e peças com recortes laterais. Mulier se inspira em artistas como o escultor Mark Manders, cujas obras evocam a passagem do tempo e a beleza atemporal. Para o estilista, a fusão de diferentes épocas e referências culturais cria uma estética contemporânea que ultrapassa limites geográficos e temporais, alinhando-se à filosofia da marca, que celebra a individualidade e a liberdade de expressão.
O legado de Azzedine Alaïa, fundador da marca, também está presente no trabalho de Mulier, que prioriza a criação de peças que valorizam o corpo feminino, com atenção ao conforto e à funcionalidade. Alaïa sempre acreditou que a felicidade da mulher ao usar suas roupas era essencial, e Mulier continua esse legado, buscando empoderar as mulheres por meio da moda. A coleção também foi acompanhada por uma trilha sonora original composta por Gustave Rudman, cuja letra, do poeta Khalil Gibran, reflete a ideia de universalidade, reforçando a mensagem de Mulier sobre a força e resiliência feminina.