A pesquisa de mestrado realizada por uma bióloga paulista, Amanda Messias, trouxe à tona os altos índices de atropelamento de animais nas rodovias que levam a Bonito, no Mato Grosso do Sul. Durante sua estadia no município para comemorar seu aniversário, Amanda presenciou o atropelamento de uma serpente e, motivada por esse evento, decidiu investigar o problema. A pesquisa revelou que, em menos de 40 dias, 463 animais foram atropelados e 210 foram avistados atravessando as rodovias, com destaque para o macaco-prego, uma espécie ameaçada de extinção. O estudo identificou que muitas passagens de fauna são obstruídas por cercas e vegetação, impedindo que os animais possam se deslocar com segurança.
Além dos atropelamentos, a pesquisa mostrou que a obstrução dessas passagens contribui significativamente para os acidentes. Mais de 40 passagens estão presentes nas rodovias analisadas, mas muitas não são acessíveis devido ao cercamento inadequado. A bióloga ressaltou que a criação de medidas mitigatórias, como passagens de fauna e cercamentos apropriados, poderia reduzir até 80% das colisões veiculares com animais. Ela também relatou que, durante sua pesquisa, retirou diversas carcaças de animais atropelados e se dedicou a promover a conscientização sobre o impacto da situação na biodiversidade local.
As rodovias do Mato Grosso do Sul enfrentam um problema crônico com atropelamentos de animais, o que não só ameaça a fauna local, mas também coloca em risco a vida humana. Estudos anteriores indicam que cerca de 100 antas são atropeladas anualmente no estado, com sérios danos à segurança dos motoristas e à biodiversidade. A pesquisa de Amanda reforça a necessidade urgente de implementar passagens de fauna adequadas, como medida para mitigar os acidentes e proteger tanto a vida animal quanto humana nas rodovias da região.