Os líderes partidários da Câmara dos Deputados definiram, na noite de terça-feira (18.mar.2025), quais partidos presidirão as 30 comissões permanentes da Casa. O Partido Liberal (PL) assumirá a Comissão de Relações Exteriores, enquanto o Partido dos Trabalhadores (PT) ficará com a Comissão de Finanças e Tributação, ambas de grande relevância política. A definição das comissões foi resultado de intensas negociações, com destaque para a escolha dos presidentes, que será feita na manhã desta quarta-feira (19.mar). A distribuição de poder é considerada um reflexo de acordos que garantem a estabilidade para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
O PL também conquistou a presidência da Comissão de Saúde, que possui um orçamento considerável e será estratégica para as emendas. A comissão, que inicialmente seria presidida por Eduardo Bolsonaro, será comandada por Filipe Barros após o anúncio de licença do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Já o PT, em parceria com a federação formada pelos partidos PCdoB e PV, obteve a presidência de comissões chave como a de Fiscalização Financeira e Controle, importante para o governo por seu papel em questões orçamentárias e fiscais.
No entanto, a Câmara também viu uma troca de prioridades entre partidos. O União Brasil, por exemplo, assumiu a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em um acordo com o PL que abriu mão dessa comissão em troca de outras concessões. Além disso, a eleição para a presidência da CCJ trará mudanças, já que a comissão terá um novo perfil com o líder do União Brasil, Paulo Azi, à frente. As negociações também foram marcadas pela tentativa de revezamento de lideranças em comissões de impacto, como a CCJ, que deve ser um ponto de estabilidade e alinhamento para a aprovação das principais matérias do governo.