O Parlamento israelense aprovou nesta quinta-feira (27) uma lei que fortalece o controle do poder político sobre a nomeação de juízes, reacendendo o debate sobre a reforma judicial. A emenda, que altera a composição da comissão responsável pelas indicações, foi aprovada por 67 votos a favor e apenas um contra, enquanto a oposição boicotou a votação e recorreu à Suprema Corte. A medida reflete a determinação do governo em avançar com a polêmica reforma, que em 2023 gerou grandes protestos no país.
A retomada do projeto ocorre em um momento de tensão entre o governo e o Judiciário, incluindo a destituição do chefe do serviço de inteligência e a possível exoneração da procuradora-geral. A oposição e manifestantes têm se mobilizado diariamente em Tel Aviv e Jerusalém, criticando as decisões do Executivo e acusando a reforma de ser um movimento autoritário.
O líder da oposição afirmou que a nova lei visa subordinar o Judiciário ao poder político, aumentando preocupações sobre o equilíbrio entre os poderes. A situação coloca em evidência as divisões internas em Israel, enquanto o país ainda enfrenta os desdobramentos da guerra em Gaza e a crise dos reféns mantidos pelo Hamas.