O Pantanal registrou em 2024 o segundo ano mais seco desde o início das medições em 1985, com uma perda de 4% da sua superfície de água em comparação ao ano anterior. A redução de chuvas e a maior frequência de incêndios florestais são os principais fatores responsáveis por essa seca prolongada, que também tem alterado os ciclos naturais do bioma, como o pulso de inundação. Esses desequilíbrios impactam diretamente a fauna e flora locais, que dependem da renovação proporcionada pelas cheias para sua sobrevivência.
Além disso, o bioma tem enfrentado déficits significativos de precipitação nos últimos anos, com 2024 sendo mais um ano de chuvas abaixo da média, o que tem agravado a situação. O pesquisador do MapBiomas, Eduardo Reis, alerta para a necessidade de adaptação a essas novas condições climáticas, que têm se intensificado desde 2018. O Rio Paraguai, fundamental para a renovação das águas do Pantanal, não tem atingido os níveis necessários para a recuperação do ecossistema, prejudicando a biodiversidade da região.
Outro impacto significativo é o aumento de queimadas, que representam uma grande ameaça para a vegetação do Pantanal. A vegetação, que é favorecida pela cheia, seca com os períodos prolongados de seca e se torna vulnerável ao fogo. Em 2024, o Pantanal teve um aumento considerável nos focos de incêndio, com 613 ocorrências até o momento, representando um cenário preocupante de destruição. A maior parte dos incêndios é causada por atividades humanas, o que agrava ainda mais os riscos para o bioma.