Cinco anos após o início da pandemia de Covid-19, o impacto da emergência sanitária ainda é evidente na sociedade, principalmente no Brasil, que registrou mais de 700 mil mortes. O isolamento social e o medo generalizado afetaram profundamente a saúde mental da população, com um aumento significativo de casos de depressão, especialmente entre os brasileiros. Uma pesquisa da USP, realizada em 2021, revelou que o Brasil liderou os índices de depressão, superando outros países como a Irlanda e os Estados Unidos. A pandemia não apenas causou a perda de vidas, mas também interrompeu rotinas e alterou profundamente os vínculos familiares e sociais.
Durante o período de quarentena, muitas pessoas enfrentaram dificuldades, como a interrupção da educação de crianças, o que resultou em um processo de alfabetização prejudicado. A convivência constante em espaços reduzidos, como no caso de casais e famílias, gerou tensões adicionais, e a falta de contato físico afetou o bem-estar emocional. A saúde mental tornou-se uma prioridade, com muitos buscando alternativas como a terapia ou atividades físicas, como a corrida, para lidar com o estresse e a depressão. Contudo, nem todos conseguiram se recuperar, e a saúde mental pós-pandemia no Brasil é considerada uma das piores do mundo.
Embora as adaptações tenham sido necessárias para o retorno à rotina, os impactos da pandemia continuam presentes. Especialistas destacam que a experiência coletiva da crise sanitária despertou um senso de coletividade, evidenciado pela necessidade de vacinação em massa e solidariedade social. No entanto, o “normal” que se segue não é o mesmo de antes, pois a pandemia trouxe lições e mudanças permanentes no comportamento humano e na maneira como as pessoas se relacionam e lidam com o cotidiano. A reflexão sobre o futuro, o aprendizado das adversidades e a busca por uma vida mais equilibrada marcam os desafios que permanecem.