O mês sagrado do Ramadã começou em meio a grandes dificuldades para os palestinos da Faixa de Gaza, que ainda enfrentam os impactos da guerra prolongada entre Israel e o Hamas. Apesar de decorarem as ruas com itens típicos da celebração, muitas famílias tentam manter a tradição enquanto lidam com a destruição de suas casas e a perda de entes queridos. Em Khan Younis, no sul da Gaza, o cenário de escombros e ruínas é um reflexo da continuidade do conflito, que já dura mais de 15 meses.
Mesmo com o recente cessar-fogo entre Israel e Hamas, as condições de vida continuam precárias. Com a chegada de suprimentos e alimentos, a situação de fome no enclave teve uma leve melhora, mas os preços ainda estão altos, o que limita as compras da população. Muitos palestinos, como o comerciante Abdelhalim Awad, relatam que a economia local está aos poucos se reestabelecendo, mas que as pessoas continuam a enfrentar dificuldades para atender às suas necessidades básicas.
O acordo de cessar-fogo, que começou em janeiro, trouxe algum alívio com a liberação de prisioneiros, mas ainda há incertezas sobre o futuro do processo. A primeira fase do acordo, que expirou no dia 1º de abril, tem gerado esperança, mas os próximos passos seguem em negociação, enquanto a população continua tentando manter a espiritualidade e as tradições do Ramadã em meio a um cenário de destruição e sofrimento.