Países como Lituânia, Estônia, Letônia e Polônia têm aumentado significativamente seus gastos militares em resposta à crescente ameaça representada pela Rússia após a invasão da Ucrânia em 2022. Essas nações, que fazem parte da Otan e da UE, veem a agressão russa como uma questão existencial, especialmente diante da possibilidade de Vladimir Putin expandir seus objetivos após o conflito ucraniano. Dados da Otan mostram que a Polônia lidera os investimentos em defesa, com 4,12% do PIB em 2024, enquanto os países bálticos também elevam seus orçamentos, com a Estônia planejando destinar 5% do PIB até 2026.
Além do reforço militar, esses países estão entre os maiores doadores de ajuda à Ucrânia em proporção ao PIB, com a Estônia enviando 2,51% e a Polônia, 1,11%. A preocupação se intensificou com a volta de Donald Trump à presidência dos EUA, dada sua aproximação com Putin e a sinalização de que a Otan não é prioridade para Washington. O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, reiterou o compromisso de defesa coletiva, mas líderes locais, como o primeiro-ministro polonês, reconhecem a limitação de influência nas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia.
A tensão se agrava com a movimentação russa no corredor de Suwalki, região estratégica entre a Polônia e a Lituânia, que poderia isolar os países bálticos em caso de conflito. Especialistas alertam que o controle dessa área por Moscou dificultaria o envio de tropas da Otan, aumentando a vulnerabilidade da região. Com a Rússia investindo 6,7% do PIB em defesa em 2024, os vizinhos veem a necessidade de preparação contínua, temendo que a Ucrânia seja apenas o primeiro passo de uma estratégia expansionista do Kremlin.