O uso de gírias e expressões por jovens da geração Z tem gerado confusão entre os mais velhos, principalmente os pais, que tentam entender e acompanhar esse novo vocabulário. Um estudo realizado pela Tesco Mobile revelou as palavras mais populares entre os jovens e a dificuldade que os adultos enfrentam ao tentar decifrá-las. Esse fenômeno não é novo, mas levanta uma questão: há algo que os jovens possam chamar de “próprio” sem a constante tentativa dos mais velhos de compreender e, muitas vezes, adotar as mesmas expressões?
A dificuldade dos pais e de outros adultos em se familiarizar com essa linguagem leva a uma reflexão sobre o processo de identificação entre gerações. A linguagem juvenil sempre foi um marcador de distinção, um meio pelo qual os jovens se diferenciam dos mais velhos e se conectam entre si. No entanto, o interesse crescente dos adultos por essas expressões acaba deixando os jovens sem uma forma genuína de expressão, sem algo que realmente os defina de maneira exclusiva.
O texto sugere que, ao tentar entender e se apropriar da linguagem dos jovens, os adultos acabam por transformar essa linguagem em algo comum, tirando o caráter distintivo e exclusivo que ela deveria ter. A preocupação é que, ao fazer isso, os jovens percam o espaço de liberdade e autenticidade, o que acaba gerando uma sensação de “esvaziamento” cultural. Assim, a questão principal é se os jovens ainda conseguem ter algo verdadeiramente seu, ou se, ao longo do tempo, a busca por compreensão por parte dos adultos acaba apagando as particularidades da juventude.