O primeiro-ministro húngaro Viktor Orban propôs que a União Europeia inicie discussões diretas com a Rússia sobre um cessar-fogo na Ucrânia, descartando a possibilidade de uma declaração conjunta na próxima cúpula da UE. Orban afirmou que as divergências dentro do bloco sobre a abordagem em relação à Ucrânia são profundas e não podem ser superadas, sugerindo que a União Europeia siga o exemplo dos Estados Unidos, que já haviam iniciado conversações com Moscou durante a presidência de Donald Trump, sem a presença da Ucrânia ou da UE.
Em uma carta enviada ao presidente do Conselho Europeu, Orban expressou sua convicção de que a União Europeia deveria se engajar diretamente com a Rússia para buscar uma paz sustentável. Ele criticou os planos da cúpula da UE, que visam reforçar o apoio à Ucrânia e discutir garantias de segurança e financiamento para defesa europeia, afirmando que esses objetivos não são compatíveis com sua proposta de diálogo direto com Moscou.
Desde o início da invasão russa à Ucrânia, Orban tem se mostrado crítico das sanções impostas pela União Europeia contra Moscou, assim como do apoio financeiro e militar ao governo ucraniano. Sua postura tem gerado tensões dentro do bloco, uma vez que outros membros da UE, em sua maioria, defendem um fortalecimento do apoio a Kiev para conter a agressão russa. Orban, no entanto, segue defendendo uma abordagem alternativa para buscar a paz no conflito.