A oposição na Câmara dos Deputados acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar possíveis irregularidades nos repasses do governo federal à Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI). A acusação se baseia no aumento expressivo de recursos enviados à entidade após a nomeação de Leonardo Barchini para o Ministério da Educação (MEC). Durante o período em que esteve à frente da OEI no Brasil, e após sua ascensão no MEC, os repasses à organização saltaram de R$ 46,8 milhões para mais de R$ 133 milhões, o que gerou desconfiança sobre a transparência e a legalidade dos processos.
A situação gerou ainda mais controvérsia devido à contratação da OEI para gerenciar a COP30, em Belém, com um valor estimado em R$ 478,3 milhões. O acordo, assinado no final de 2024, foi realizado sem licitação, uma vez que a organização tem status internacional, o que gerou críticas sobre a falta de concorrência. A oposição também apontou pagamentos adicionais à OEI, fora do contrato original, que somaram cerca de R$ 20 milhões. Estes elementos alimentaram as suspeitas de favorecimento e gestão inadequada dos recursos públicos.
Diante disso, a oposição pediu o afastamento de Leonardo Barchini do MEC e a suspensão do contrato entre o governo e a OEI para a gestão da COP30. Diversos deputados, como Alfredo Gaspar e Kim Kataguiri, reforçaram os questionamentos sobre a transparência das operações. Até o momento, não houve manifestação oficial do MEC ou da OEI sobre os pedidos feitos.