Agentes públicos resgataram 35 indígenas em situação análoga à escravidão em Pedreira, no interior de São Paulo. A ação foi conduzida por diversas entidades, incluindo o Ministério Público do Trabalho, a Defensoria Pública da União, a Polícia Federal e o Ministério do Trabalho e Emprego. As vítimas estavam trabalhando na coleta de frangos para uma empresa terceirizada, que abastecia um frigorífico na capital paulista. Os indígenas viviam em condições precárias, em um alojamento insalubre e superlotado, com colchões úmidos infestados por insetos, sem condições mínimas de higiene e alimentação.
O alojamento onde os trabalhadores estavam hospedados era descrito como sujo e fétido, com as vítimas dormindo em varandas expostas ao sol e à chuva. Não havia espaço adequado para lavar ou secar roupas, e muitos estavam utilizando a mesma vestimenta por semanas. A alimentação era restrita a arroz empapado, e a água consumida vinha de um aviário, onde também eram criadas as galinhas coletadas pelos indígenas. O trabalho não era formalizado para 28 dos 35 envolvidos, que estavam com suas carteiras de trabalho em aberto, apesar das promessas de registro e melhores condições de trabalho feitas pelo frigorífico.
Como consequência, a empresa terceirizada responsável foi multada em R$ 255 mil, valor que inclui tanto multas rescisórias quanto danos morais individuais. A Auditoria Fiscal determinou a paralisação das atividades da empresa, garantindo que os indígenas retornassem para suas aldeias em Mato Grosso do Sul. A operação ressaltou as graves violações de direitos humanos enfrentadas por esses trabalhadores, que foram recrutados sob promessas falsas e explorados de forma desumana.