Tropas israelenses realizaram uma operação militar no campo de refugiados de Nur Shams, na Cisjordânia ocupada, demolindo casas e criando uma grande estrada para facilitar o acesso de veículos militares. Essa ação fez com que milhares de palestinos fossem forçados a abandonar suas casas. A operação ocorre em um momento delicado, durante um cessar-fogo em Gaza, e tem levado ao esvaziamento de grandes áreas no norte da Cisjordânia, incluindo campos de refugiados como o de Nur Shams, que abriga descendentes de palestinos que fugiram durante a guerra de 1948.
A operação, descrita como uma das maiores de Israel na Cisjordânia nos últimos anos, visa combater grupos militantes, especialmente aqueles associados ao Irã, como Hamas e Jihad Islâmica, que estariam se abrigando em campos de refugiados. O exército israelense alegou que suas ações são direcionadas ao combate a esses grupos, mas os moradores afirmam que estão sendo forçados a deixar suas casas sem aviso prévio. Isso gera um cenário de caos, com muitos palestinos saindo do campo com poucos pertences, buscando abrigo e assistência humanitária.
As ações israelenses têm gerado condenações internacionais e alimentado receios sobre a possível anexação formal da Cisjordânia por parte de Israel. A operação também ocorre no contexto de uma crescente tensão entre palestinos e a comunidade internacional, em meio à política dos EUA e a pressão sobre os territórios ocupados. Para muitos palestinos, as operações lembram a Nakba, o evento de 1948 em que centenas de milhares de palestinos perderam suas casas e se tornaram refugiados.