Nos últimos meses, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou sobre a possibilidade de uma nova guerra mundial devido aos conflitos em andamento na Ucrânia e no Oriente Médio. O professor Vitelio Brustolin, da Universidade Federal Fluminense, adverte que a Organização das Nações Unidas (ONU) pode enfrentar um colapso se ocorrer um conflito global em larga escala. Ele aponta que, em um cenário de nova guerra mundial, a ONU poderia seguir o destino da Liga das Nações, que foi dissolvida após a Segunda Guerra Mundial.
Brustolin explica que a estrutura da ONU foi baseada em dois conceitos fundamentais: o princípio do idealismo na Assembleia Geral, onde cada um dos 193 países tem direito a um voto, e o Conselho de Segurança, que é composto pelas potências mundiais responsáveis pela manutenção da paz. No entanto, ele destaca uma falha crítica do sistema, já que o Conselho de Segurança tem falhado em evitar guerras, o que levanta questionamentos sobre a eficácia da organização.
Embora reconheça a importância histórica da ONU, Brustolin observa que, durante a Guerra Fria, o equilíbrio de poder, e não a ONU, foi o fator principal para a prevenção de guerras, especialmente devido à posse de armas nucleares. Ele alerta que, se a ONU colapsar em face de um conflito global maior, não apenas se perderiam décadas de esforços diplomáticos, mas a estrutura atual de governança global também estaria em risco.