Trinta anos após a criação da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, a ONU Mulheres divulgou um relatório que avalia os avanços e retrocessos dos 159 países signatários no que diz respeito à igualdade de direitos para mulheres e meninas. O relatório revela que, apesar de vários progressos, como o aumento da participação das mulheres em parlamentos e o crescimento no uso da internet, ainda há desafios significativos. Cerca de 25% dos governos relataram retrocessos nos direitos das mulheres, com uma desigualdade persistente, principalmente nas esferas econômica, educacional e de saúde.
Entre os avanços mais notáveis estão as reformas legais para promover a igualdade de gênero e a maior participação das mulheres em espaços digitais, mas os dados também indicam áreas críticas onde a melhoria é urgente. As mulheres continuam a ser superadas em representação política, ainda ocupando uma minoria de cadeiras nos parlamentos, e a desigualdade de gênero no trabalho permanece uma questão central, com as mulheres ganhando 2,5 vezes menos do que os homens. A ONU destacou que, embora os índices de proteção social tenham aumentado, bilhões de mulheres ainda permanecem sem acesso a benefícios de proteção social adequados.
O relatório também apresentou áreas de estagnação e retrocesso, como o aumento da violência sexual em conflitos e a persistente desigualdade salarial. A ONU Mulheres reforçou o lançamento da Agenda de Ação Pequim+30, que visa acelerar os avanços na igualdade de gênero, com ênfase em ações como a inclusão das mulheres no desenvolvimento econômico sustentável, o combate à violência de gênero e o fortalecimento da liderança feminina. A organização também propôs integrar a juventude nessas ações para garantir um futuro mais igualitário e sustentável para as próximas gerações.