A Oi, em recuperação judicial pela segunda vez, iniciou o processo de desmobilização de suas redes de cobre, que por décadas sustentaram a telefonia fixa no Brasil. A mudança foi possível após a Anatel autorizar a transição do regime de concessão para autorização, permitindo à empresa desativar estruturas obsoletas e reduzir custos. Parte do cobre será vendido como sucata para a V.tal, enquanto a rede aérea será extraída gradualmente. O presidente da Oi destacou que a medida trará ganhos financeiros, mas não há precisão sobre o valor total devido aos custos de extração e à dispersão das redes pelo país.
Além da venda do cobre, a Oi planeja alienar imóveis ociosos, totalizando quase 7 mil propriedades em diversas localidades. No entanto, o valor esperado ainda é incerto devido à variedade de perfis dos imóveis. A empresa também aguarda o desfecho de uma arbitragem contra a União, que pode render mais de R$ 50 bilhões em compensação por prejuízos históricos. Enquanto isso, a Oi Soluções, voltada para TI e conectividade corporativa, surge como o principal motor de crescimento do grupo, apesar da queda recente no faturamento causada pela migração para a fibra óptica.
Em 2024, a Oi registrou lucro líquido de R$ 9,6 bilhões, puxado pela reestruturação da dívida, mas o Ebitda operacional ficou negativo em R$ 1,5 bilhão. A receita líquida caiu 14,2%, refletindo os desafios da transição para um modelo mais enxuto. Com a venda de ativos como banda larga e TV por assinatura, a empresa agora concentra esforços nas subsidiárias de serviços e na chamada “Nova Oi”, visando eficiência e geração de valor em um mercado cada vez mais competitivo.