A Oi, em recuperação judicial pela segunda vez, começou a desmobilizar suas redes de cobre, que por décadas sustentaram a telefonia fixa no Brasil. O processo, autorizado pela Anatel, permite à empresa desligar redes obsoletas e reduzir custos, vendendo o material como sucata para a V.tal, controlada por fundos do BTG Pactual. A operadora também planeja vender imóveis ociosos, totalizando quase 7 mil unidades, embora ainda haja incertezas sobre o valor total dessas transações.
A empresa focará no crescimento através da Oi Soluções, braço de TI e conectividade, enquanto enfrenta queda no faturamento devido à migração de clientes para fibra ótica. Nos últimos anos, a Oi vendeu operações de banda larga, TV por assinatura e internet móvel, restando apenas subsidiárias como Serede, Tahto e Oi Services. O presidente Marcelo Milliet destacou que a “Nova Oi” busca ser mais eficiente, embora o lucro líquido de R$ 9,6 bilhões em 2024 tenha sido influenciado por ajustes contábeis, sem impacto real no caixa.
A recuperação judicial ainda depende de uma arbitragem contra a União, que pode render à Oi mais de R$ 50 bilhões em compensações. Enquanto aguarda o desfecho, a empresa tenta equilibrar suas finanças, com receita líquida caindo 14,2% em 2024. O desafio agora é consolidar um modelo de negócios sustentável, longe da dependência das antigas redes de cobre.