O texto explora como o trabalho doméstico, especialmente o que envolve a gestão das tarefas e a organização da rotina familiar, é frequentemente desigual em relações heterossexuais. Muitas vezes, as mulheres acabam assumindo a maior parte desse “trabalho mental”, que envolve não apenas realizar tarefas como lavar a roupa ou fazer o almoço, mas também se lembrar delas, planejar os detalhes e antecipar necessidades. O texto destaca a sobrecarga invisível que surge da constante gestão e organização das atividades diárias, desde o cuidado com as crianças até a coordenação de tarefas práticas e burocráticas.
Embora as tarefas em si possam ser compartilhadas entre os membros da família, a responsabilidade de manter o controle e a organização sobre elas é muitas vezes centralizada na mulher. Isso inclui atividades que não são visíveis ou facilmente mensuráveis, como responder a mensagens de grupos de WhatsApp da família ou garantir que os alimentos comprados sejam adequados para todos os membros da casa. Esse trabalho mental, embora essencial para o bom funcionamento da família, é frequentemente não reconhecido, não remunerado e, por muitas vezes, desvalorizado.
O texto também sugere uma reflexão sobre como a troca de papéis entre os parceiros afetaria a dinâmica doméstica. Seria possível que a casa funcionasse da mesma forma caso os papéis fossem invertidos? Essa reflexão busca sensibilizar sobre as desigualdades que permeiam o trabalho doméstico, incentivando um olhar mais atento para as demandas não visíveis e a valorização das tarefas que, embora silenciosas, são fundamentais para o equilíbrio familiar.