A nomeação de Gleisi Hoffmann como ministra da Secretaria de Relações Institucionais gerou grande repercussão no cenário político brasileiro. A decisão de Luiz Inácio Lula da Silva é vista por muitos como um movimento em direção à polarização política, especialmente devido aos posicionamentos mais radicais de Hoffmann dentro do próprio governo. Seu desafio será articular com o centro político, um grupo com o qual historicamente tem dificuldades de se relacionar. A escolha levanta preocupações sobre a efetividade da articulação política em um momento de popularidade em declínio do presidente.
A nomeação de Hoffmann para um cargo de interlocução com o Congresso também gerou especulações sobre a falta de um nome consensual para esse papel, o que poderia facilitar a negociação com o Legislativo. A escolha, que foi vista por alguns como um risco, ocorre em meio a uma reforma ministerial que avança lentamente e com desgaste político. A saída de ministros como Nísia Trindade contribui para um cenário de instabilidade interna, o que agrava a imagem do governo perante a opinião pública.
Apesar da crítica à nomeação, a decisão também é interpretada como um movimento para fortalecer o PT, em um momento em que o partido enfrenta uma crise de identidade e uma possível perda de apoio. Alguns analistas sugerem que a escolha de Hoffmann sinaliza um aceno à esquerda, mas ainda não há clareza sobre uma tentativa de aproximação com o Centrão, grupo fundamental para a governabilidade. A instabilidade política no governo continua sendo uma preocupação central para os próximos meses.