Pacientes diagnosticados com câncer de laringe estão encontrando na música uma ferramenta importante para a ressocialização e recuperação. Após a remoção da laringe, muitos enfrentam o silêncio, mas, com apoio multidisciplinar, como fonoaudiólogos e psicólogos, têm reencontrado a capacidade de se comunicar e até de cantar. O Instituto de Desenvolvimento de Vozes, em Sorocaba (SP), é um exemplo de local que oferece apoio a esses pacientes, promovendo sessões terapêuticas e atividades, como um coral que une aqueles que, antes da doença, não podiam mais emitir sons.
A psicologia desempenha um papel crucial nesse processo, ajudando os pacientes a lidar com as dificuldades emocionais e o preconceito social, muitas vezes causado pela falta de conhecimento sobre a doença. As dificuldades enfrentadas não se limitam à perda da voz, mas também ao estigma relacionado ao câncer de laringe, o que pode afetar a autoestima e o retorno à convivência social. Pacientes como Sebastião Carlos da Silva relatam a importância das terapias e a necessidade de enfrentamento dessas barreiras psicológicas, essencial para a reintegração social.
O oncologista Frederico Rocha destaca que o câncer de laringe afeta mais homens do que mulheres, principalmente devido ao tabagismo e ao etilismo, que são fatores de risco significativos. Além disso, o HPV também pode ser um fator de risco, embora em menor grau. Com a evolução dos tratamentos, hoje existem alternativas que preservam a laringe, como radioterapia, quimioterapia e imunoterapia. O diagnóstico precoce é fundamental para garantir um tratamento eficaz, que pode incluir ressecções parciais, minimizando a perda da voz.