No Brasil, as mulheres enfrentam uma realidade financeira mais desafiadora, com índices de endividamento superiores aos dos homens, especialmente entre as faixas de renda mais baixa. De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e da Serasa, 76,9% das mulheres estavam endividadas em fevereiro de 2025, um percentual superior ao dos homens (76%). A pesquisa também revela que muitas mulheres são as únicas responsáveis pelas despesas de suas famílias, com 33% assumindo sozinhas esse encargo, um número ainda maior nas classes D e E.
Além das dificuldades de acesso ao crédito, as mulheres, especialmente as que lideram os lares, enfrentam a sobrecarga da dupla jornada, dividindo seu tempo entre o trabalho remunerado e as tarefas domésticas. Apesar do endividamento elevado, elas se mostram mais conscientes sobre a gestão do orçamento familiar, com uma maior preocupação em organizar suas finanças. Dados da Serasa apontam que as mulheres priorizam o pagamento das dívidas e têm mais sucesso em negociar seus débitos, realizando 25% mais acordos do que os homens.
Embora o endividamento seja um problema significativo, especialistas destacam que nem toda dívida é negativa. Quando bem planejada, ela pode possibilitar a aquisição de bens essenciais, como eletrodomésticos. A chave para evitar dificuldades financeiras está em analisar as condições de crédito antes de assumir dívidas e manter um controle rigoroso do orçamento, priorizando o pagamento das despesas fixas e buscando descontos para regularizar pendências.