A síndrome de burnout, que afeta principalmente as mulheres, está frequentemente associada à sobrecarga de trabalho, especialmente devido à dupla jornada de atividades profissionais e domésticas. Mulheres que dividem suas responsabilidades entre o trabalho e o cuidado com a família tendem a enfrentar maior desgaste físico e emocional. Esse distúrbio emocional pode ser confundido com cansaço comum, mas, ao contrário do simples descanso, a síndrome de burnout se mantém após períodos de repouso, com sintomas persistentes como fadiga extrema, ansiedade, problemas de sono e desânimo.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, a maioria dos casos de burnout no Brasil envolve mulheres, com um número crescente de diagnósticos. Em 2023, o número de atendimentos para mulheres foi significativamente superior ao de homens, destacando o impacto do estresse relacionado às múltiplas responsabilidades que as mulheres assumem. Esse cenário é ainda mais agravado quando elas enfrentam a pressão de equilibrar o trabalho profissional e o cuidado com a família, o que gera um desgaste emocional profundo e pode resultar em esgotamento.
Especialistas afirmam que o apoio psicológico é essencial para o tratamento do burnout, pois muitas mulheres não reconhecem os sinais do distúrbio e acabam ignorando a necessidade de ajuda. A pressão por perfeição em todas as áreas da vida e a percepção de fraqueza ao admitir sobrecarga emocional contribuem para o agravamento do problema. A psicóloga Beatriz Saba destaca a importância de reconhecer os sintomas do burnout e buscar suporte adequado, tanto para o bem-estar emocional quanto físico das mulheres.