Gislene Souza Ferreira, 44 anos, aguarda há 22 anos a conclusão de seu processo judicial por negligência médica, após complicações no parto do seu único filho em 2002. Durante o procedimento realizado na maternidade Pró-Matre em Vitória, Gislene enfrentou diversos problemas, incluindo a indução ao parto normal apesar de uma indicação de cesárea e a presença de restos de placenta em seu corpo, o que resultou em uma infecção generalizada. A mulher precisou passar por cirurgias para remover o útero e as trompas, e desde então, ela busca compensação por danos físicos, morais e estéticos, com a expectativa de que o julgamento final ocorra apenas em 2026.
A causa de Gislene foi movida contra o hospital, o médico responsável e o Estado do Espírito Santo, devido à falta de cuidados adequados durante o parto e à negligência que resultou em sérias complicações de saúde. A situação se arrasta por mais de duas décadas, com a defesa alegando que a demora foi causada pela dificuldade em encontrar peritos dispostos a atuar no caso. A primeira perícia foi realizada recentemente, e agora, o processo segue para a etapa de produção de provas, com expectativa de resolução apenas nos próximos anos.
O hospital envolvido na situação, que passou por sérias dificuldades financeiras antes de ser incorporado à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, destacou que a gestão atual não reflete os problemas enfrentados no passado. A Secretaria Estadual de Saúde e o Tribunal de Justiça do Espírito Santo também informaram que o processo está em andamento, com a busca ativa de peritos para a resolução do caso. O Tribunal afirmou que o processo de apuração da negligência é complexo e a parte autora não compareceu a diversas audiências, dificultando a continuidade do processo judicial.