Michael Safi viajou recentemente para o nordeste da Síria, uma região controlada pelas Forças Democráticas Sírias, de maioria curda, para investigar as condições de prisioneiros acusados de serem combatentes estrangeiros do Estado Islâmico. Esses prisioneiros, incluindo cidadãos de diversos países, como o Reino Unido, estão encarcerados há anos, sem acusações formais ou uma previsão de quando serão liberados. Embora poucos se identifiquem como membros do grupo extremista, muitos relatam circunstâncias que dificultam a clareza sobre sua verdadeira afiliação.
Durante a visita, Safi, acompanhado pelo jornalista Will Christou, conversou com um ex-cirurgião britânico que afirmou ter sido enganado ao atravessar a fronteira para a Síria vindo da Turquia. Além dele, encontraram um prisioneiro australiano que admitiu ser membro do Estado Islâmico e cuja família permaneceu por anos sem saber de seu paradeiro. Esses depoimentos revelam a complexidade das identidades dos detidos e as diversas trajetórias que levaram esses indivíduos a esse destino.
As condições das prisões, agravadas por mudanças na administração dos Estados Unidos e pelos cortes no financiamento da USAID, têm gerado um crescente receio entre os prisioneiros e os responsáveis pela segurança. O temor de fugas aumentou, pois a falta de recursos e o enfraquecimento das operações de segurança tornam as prisões mais vulneráveis a brechas e possíveis tentativas de escape. A situação reflete a instabilidade política e a incerteza sobre o futuro desses indivíduos, bem como sobre o papel da comunidade internacional na resolução do impasse.