O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mediou uma reunião para resolver o impasse entre a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e a Confederação Nacional de Municípios (CNM) sobre a composição do Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). O conflito gira em torno da representatividade das entidades no comitê, com a CNM defendendo a inclusão de municípios menores e a FNP argumentando que cidades maiores devem ter maior peso. O prazo para indicação dos membros é 16 de abril, e a discussão envolve prefeitos de capitais e líderes das entidades, além do relator da reforma tributária no Senado.
A FNP alega que o acordo inicial da reforma não está sendo respeitado, enquanto a CNM propõe ceder a maioria das vagas à FNP, desde que haja representação diversificada. Eduardo Paes, prefeito do Rio e futuro presidente da FNP, comparou a mediação de Haddad ao papel do TSE em eleições, destacando a importância de um critério justo. Já o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, alertou que, sem consenso, o tema pode retornar ao Legislativo, dado o impacto do IBS, que pode movimentar quase um trilhão de reais.
A expectativa é que o senador Eduardo Braga apresente o plano de trabalho na CCJ do Senado na próxima semana. Enquanto isso, as partes buscam um entendimento que equilibre representatividade e eficiência na gestão do novo tributo, evitando que o impasse prejudique a implementação da reforma tributária. O debate reflete a complexidade de harmonizar interesses diversos em um país de dimensões continentais como o Brasil.