A ministra do Planejamento afirmou estar cansada de repetir a necessidade de um ajuste fiscal viável no governo federal, destacando que a administração atual não fez o “dever de casa” nesse aspecto. Durante um jantar com empresários, ela mencionou que o mercado financeiro teve motivos para reagir com frustração ao pacote de corte de gastos, o que contribuiu para a alta do dólar no final de 2024. Apesar de apoiar a reeleição do presidente por “respeito e fidelidade”, ela defende um sistema de mandato único de cinco anos, posicionando-se contra a reeleição no país.
O governo enviou ao Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em novembro de 2024 para equilibrar as contas públicas, mas o texto aprovado sofreu alterações, incluindo a rejeição de medidas que tornariam mais rígidas as regras para acessar o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Após a aprovação, o Ministério da Fazenda revisou as estimativas de economia, reduzindo a projeção de R$ 71,9 bilhões para R$ 69,8 bilhões nos próximos dois anos.
O ministro da Fazenda ressaltou que o pacote de cortes aprovado representa apenas a primeira fase do ajuste fiscal, deixando em aberto a possibilidade de novas medidas, como reformas na Previdência e no BPC. Ele admitiu que, em três meses, o governo pode retomar discussões sobre esses temas e enviar novas propostas legislativas ao Congresso, indicando que o processo de ajuste ainda está em andamento.