A ministra da Cultura, Margareth Menezes, manifestou-se contra a penalização da escola de samba Unidos de Padre Miguel no desfile do Grupo Especial do Rio de Janeiro, que ocorreu devido ao uso excessivo de termos em Iorubá. Para ela, a decisão representa não apenas um erro de julgamento, mas também um desrespeito à ancestralidade afro-brasileira, já que o samba é resultado de resistência cultural. Em sua declaração, Margareth destacou a importância do Iorubá para a cultura brasileira, ressaltando que a língua está profundamente ligada às raízes do samba.
O Iorubá, língua falada em países da África Ocidental como Nigéria, Benin e Togo, tem grande influência sobre religiões como o Candomblé no Brasil. A Unidos de Padre Miguel, por sua vez, anunciou que recorrerá contra a punição imposta e irá apresentar um pedido formal, argumentando que tem os dados necessários para justificar a utilização dos termos no desfile.
Outras autoridades também se posicionaram contra a penalização, como Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, que criticou a justificativa utilizada para retirar pontos da escola de samba, considerando-a inadequada. Ambas as ministras expressaram apoio às escolas de samba que enaltecem a cultura afro-brasileira, defendendo o reconhecimento e a valorização dessas tradições no contexto do carnaval carioca.