O Ministério da Saúde está recebendo até o dia 19 de março inscrições de pacientes que desejam compartilhar suas experiências com o uso de liraglutida (Saxenda) e semaglutida (Wegovy, Ozempic). Esses medicamentos estão sendo avaliados para possível incorporação ao tratamento da obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS), com foco em pacientes com obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) solicitou a inclusão da liraglutida, considerando seu benefício para pacientes mais graves, com custo estimado de R$ 7.390 por ano.
A Novo Nordisk, fabricante da semaglutida, também fez um pedido para que o medicamento seja incluído no SUS, com foco em pacientes com obesidade grau II ou III, sem diabetes, mas com histórico de doenças cardiovasculares. Após as inscrições dos pacientes para a chamada pública, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) elaborará um relatório preliminar, seguido por uma consulta pública para que especialistas e a sociedade opinem. A decisão final deverá ser divulgada ainda no primeiro semestre de 2025.
Apesar de existirem cinco medicamentos aprovados pela Anvisa para tratamento da obesidade, nenhum deles está disponível no SUS. A endocrinologista Maria Edna de Melo, coordenadora da Comissão de Advocacy da Abeso, destaca a importância de disponibilizar tratamentos adequados para pacientes com comorbidades graves, como infarto ou AVC, que precisam perder peso para melhorar sua saúde e qualidade de vida. A obesidade, considerada doença crônica e sistêmica, continua a ser uma preocupação crescente no Brasil, com a projeção de um aumento significativo de casos nos próximos anos, conforme o Atlas Mundial da Obesidade 2025.