Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro estão encerrando o primeiro trimestre de 2025 com o melhor desempenho desde 2022, impulsionados pelo aumento do fluxo de capital estrangeiro e pela percepção de que os ativos locais estavam subvalorizados. O Ibovespa acumulou alta de 9,6% no período, recuperando parte das perdas de 2024, enquanto o dólar Ptax desvalorizou quase 6,9%, fechando a R$ 5,766. Analistas destacam que a entrada de R$ 12 bilhões em investimentos internacionais na bolsa brasileira, contra uma saída de R$ 23 bilhões no mesmo período de 2024, reflete uma migração de capital dos EUA para mercados emergentes, em meio a incertezas sobre a política econômica americana.
Além do influxo estrangeiro, as expectativas de redução dos juros e possíveis mudanças na condução política do país também animaram os investidores. O Copom sinalizou uma desaceleração no ciclo de alta da Selic, que pode atingir 15% em 2025 antes de recuar em 2026. A queda recente no IPCA-15, para 0,64% em março, reforçou a perspectiva de alívio inflacionário, incentivando aplicações em renda variável. Paralelamente, declarações sobre a possível alternância no governo em 2026 contribuíram para um clima de otimismo no mercado.
Especialistas apontam que a combinação de ativos descontados, estímulos fiscais e um cenário global favorável a emergentes criou condições ideais para a recuperação. A valorização da bolsa e a desvalorização do dólar contrastam com o fraco desempenho no final de 2024, quando o Ibovespa fechou abaixo dos 120 mil pontos e a moeda americana atingiu patamares históricos. Com o mercado antecipando mudanças na política monetária e fiscal, o Brasil se consolida como um destino atraente para investidores em busca de oportunidades em meio à volatilidade internacional.