Um ginecologista aposentado será julgado na França por acusações de abuso sexual e estupro envolvendo mais de 100 pacientes. A investigação, que durou mais de dez anos, tem como base denúncias de 133 mulheres, que relataram agressões de natureza sexual durante consultas médicas. A primeira denúncia contra o médico surgiu em 2013 e, ao longo dos anos, outras vítimas se manifestaram, criando um padrão de abusos. A faixa etária das vítimas variava entre 18 e 52 anos no momento dos incidentes.
De acordo com a acusação, o médico realizava toques vaginais que não correspondiam a um exame médico, além de questionar as pacientes sobre seus prazeres sexuais. O juiz responsável pelo caso destacou o caráter serial dos atos, evidenciado pela repetição dos abusos e pela natureza sexual de suas ações, que contradiziam qualquer justificativa médica. O réu, por sua vez, negou as acusações e alegou que havia seguido um método suave ou tradicional da medicina asiática.
O julgamento ocorrerá em um contexto de grande cobertura midiática, que, segundo as autoridades, teria incentivado mais vítimas a se apresentarem. Embora o médico tenha negado veementemente as acusações, alegando ser alvo de uma conspiração, ele será julgado por supostos abusos e estupros em relação a 112 pacientes, já que outros casos prescreveram. O processo chama atenção, não apenas pela gravidade das alegações, mas também por envolver um médico amplamente conhecido em sua comunidade.