Na semana passada, a cidade de Aitaroun, no sul do Líbano, foi palco de um dos maiores funerais do país desde o início do conflito entre Hezbollah e Israel. Centenas de pessoas se reuniram na praça da cidade, que estava em ruínas devido aos ataques israelenses, para participar do enterro coletivo de 95 pessoas. O evento, de grande impacto simbólico, contou com a presença de apoiadores que erguiam bandeiras do Hezbollah, enquanto caminhões semi-reboques transportavam os caixões, que eram colocados em uma cena marcada por edifícios destruídos pela destruição militar de meses anteriores.
A cerimônia, que reuniu uma grande quantidade de pessoas, evidenciou o luto coletivo de uma comunidade que enfrentou as consequências diretas do conflito. Entretanto, enquanto os presentes demonstravam respeito aos falecidos, surgiram questionamentos entre alguns sobre o custo humano e material da guerra, gerando reflexões sobre o verdadeiro valor dos sacrifícios feitos em nome do conflito. As perguntas sobre a efetividade e os resultados do enfrentamento em curso foram levantadas, principalmente diante do sofrimento visível da população local.
O evento em Aitaroun também colocou em evidência a complexa dinâmica da guerra e suas repercussões, não só para os combatentes, mas para as comunidades afetadas. A cidade, que ainda carrega os vestígios das bombardeios, segue tentando se reconstruir enquanto os moradores tentam encontrar um caminho para lidar com as perdas e os danos duradouros. O funeral, com sua imensa carga emocional, ilustra os dilemas profundos sobre as escolhas feitas no contexto do conflito.