Marina Lima, aos 69 anos, marcou sua estreia no Lollapalooza Brasil 2025, consolidando-se como um símbolo do pop nacional. Desde os anos 1980, a artista pioneira misturou rock, brega e eletrônica para criar uma identidade única no cenário musical, como destacou em entrevista à revista Bizz. Sua apresentação no festival celebrou essa trajetória, abrindo com clássicos como “À Francesa” e “Fullgás” – esta última uma parceria com seu irmão, o poeta Antonio Cícero, falecido em 2024.
O repertório equilibrou hits questionadores, como “Pra Começar”, e canções de apelo universal, como “Me Chama”, mostrando que sua música ainda ressoa com o público jovem. Marina também homenageou Cícero com “Virgem” e surpreendeu ao dividir o palco com Pabllo Vittar em uma versão dançante de “Mesmo Que Seja Eu”. A performance reforçou seu legado inclusivo, ecoando letras que, desde 1998, como em “Na Minha Mão”, já abordavam diversidade com naturalidade.
A conexão de Marina com novas gerações foi evidente, assim como sua habilidade em unir diferentes linguagens artísticas – tal qual a escritora Heloisa Teixeira, recentemente falecida, que organizou obras sobre feminismo para públicos contemporâneos. Ao encerrar com o arrocha eletrônico “K.O.”, a cantora provou que seu pop, sempre aberto a reinvenções, segue construindo pontes culturais no Brasil.