Uma manifestação organizada por grupos de esquerda em São Paulo, no domingo (30), reuniu cerca de 6,5 mil pessoas, segundo pesquisadores da USP. O ato, que protestava contra a anistia a envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, teve um público menor que o de um evento semelhante realizado por apoiadores de um ex-presidente no Rio de Janeiro, que contou com aproximadamente 18 mil participantes. Juntos, os dois eventos somaram 24 mil pessoas, número inferior à média de público de partidas de futebol no Campeonato Brasileiro, evidenciando o pouco engajamento popular em torno do tema.
A baixa adesão às manifestações foi antecipada por líderes políticos, que já haviam sinalizado a falta de interesse público no debate sobre anistia. Aliados do governo federal chegaram a especular que um evento mais expressivo poderia fortalecer a posição de certos nomes dentro da administração, mas o resultado frustrou essas expectativas. Desde 2013, observa-se que movimentos de direita e extrema-direita têm demonstrado maior capacidade de mobilização que grupos de esquerda, tendência que não se limita ao Brasil.
O fracasso na mobilização gerou reações entre políticos oposicionistas, que compartilharam imagens dos eventos com críticas ao baixo comparecimento. Enquanto isso, organizadores do ato em São Paulo superestimaram o número de participantes, afirmando ter superado o público do comício no Rio. A situação reforça a percepção de que o tema da anistia não tem ressonância significativa entre a população, apesar do esforço de ambos os lados do espectro político.