O deputado Guilherme Boulos (Psol-SP) convocou um ato para domingo (30.mar.2025) na Avenida Paulista, em São Paulo, contra o projeto de lei que propõe anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro. A manifestação, que pretende reunir 20.000 pessoas, é uma resposta ao protesto realizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em Copacabana no dia 16 de março, que atraiu 26.000 participantes — número abaixo da expectativa de 1 milhão. A esquerda, no entanto, enfrenta divisões internas, com alguns temendo que uma baixa adesão possa enfraquecer politicamente o governo.
Ministros do governo Lula devem evitar o ato, incluindo a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, por receio de associar uma possível baixa participação ao presidente. A decisão contrasta com o pedido recente de Lula por maior engajamento do PT nas redes sociais e na comparação de seus dois primeiros anos de governo com os do antecessor. Enquanto isso, outros eventos estão marcados em capitais como Fortaleza, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, com rotas simbólicas, como a marcha ao antigo DOI-Codi em São Paulo.
Por outro lado, Bolsonaro planeja novo ato na Avenida Paulista em 6 de abril, organizado pelo pastor Silas Malafaia, que financiou o protesto no Rio. O ex-presidente afirmou que pelo menos seis governadores e 50 parlamentares devem participar, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Os eventos refletem a polarização no país em torno do tema da anistia e do legado dos governos recentes.