A Estação Primeira de Mangueira fechou os desfiles de domingo com um enredo que abordou as relações entre África e a fundação do Rio de Janeiro. A escola de samba prestou homenagem à herança africana na formação da cidade, refletindo essa conexão na apresentação do desfile. Um dos destaques foi o jovem Thiago Marques Gonçalves, que participou como figura central em um carro alegórico, mesmo estando em recuperação de ferimentos. Thiago, que é mototaxista, se apresentou sentado devido à lesão sofrida em um incidente recente.
O incidente ocorreu no dia 24 de fevereiro, quando Thiago e um amigo foram baleados após um mal-entendido com um policial militar reformado, que os acusou de assalto. O PM, após alegar que a esposa o reconheceu como vítima de roubo, disparou contra os dois, atingindo o amigo de Thiago. Ambos foram detidos, mas liberados posteriormente após a audiência de custódia, pois não havia provas suficientes para corroborar a acusação. Apesar do ocorrido, Thiago manifestou gratidão pela oportunidade de estar presente no desfile.
Para Thiago, a participação na Mangueira representou uma forma de resistir e seguir em frente, superando o trauma físico e emocional da situação. Ele expressou sua emoção ao ser recebido pela escola de samba, destacando a importância do apoio recebido durante a recuperação. Este desfile foi mais do que uma celebração do carnaval, tornando-se também um símbolo de superação e resiliência para o jovem e para a comunidade da Mangueira.