Em sua estreia na ficção, o diretor Joshua Oppenheimer apresenta “The End”, um musical pós-apocalíptico ambicioso, mas criticado por seu excesso de autoindulgência. O filme se passa em um bunker de luxo escondido em uma antiga mina de sal, décadas após um colapso ambiental e social. O design de produção é elogiado como um triunfo, retratando um mundo onde memórias reprimidas e verdades incômodas são mascaradas por um visual impecável e luxuoso. Apesar da grandiosidade visual, a narrativa é considerada inconsistente, oscilando entre momentos de brilho e outros de desconforto.
O elenco, composto por nomes consagrados, entrega performances estilizadas que se adequam ao tom artificial da história. Os personagens retratam uma elite ultra-rica, alheia ao sofrimento do mundo exterior, em uma crítica que soa perturbadoramente atual. A trama explora temas como egoísmo, sobrevivência e a desconexão dos privilegiados, mas falha em aprofundá-los de maneira satisfatória, deixando a sensação de uma oportunidade perdida.
Embora o filme tenha momentos impressionantes, sua duração excessiva e a falta de foco narrativo o impedem de alcançar todo o seu potencial. A combinação de elementos visuais deslumbrantes com uma abordagem temática pesada cria uma experiência desigual. “The End” acaba sendo mais um exercício de estilo do que uma reflexão consistente sobre os excessos da riqueza e o preço da sobrevivência em um mundo em colapso.