A comunidade evangélica brasileira nos Estados Unidos tem vivido um momento de tensão devido às políticas migratórias mais rígidas implementadas pelo governo de Donald Trump. Embora muitos imigrantes evangélicos tenham apoiado o retorno de Trump à presidência, especialmente por suas posições sobre temas como aborto e políticas de gênero, muitos também se veem como alvos da prioridade governamental de prender e deportar imigrantes em situação irregular. Algumas igrejas, preocupadas com as possíveis operações do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), passaram a contratar advogados especializados em imigração e a preparar documentos de guarda de filhos para situações de deportação.
As medidas do governo de Trump geraram mudanças nas práticas religiosas, com muitas igrejas registrando queda na frequência dos fiéis, que temem a exposição durante os cultos. Alguns pastores, como Pedro Lino e Júnior Ramos, destacam o impacto do medo nas comunidades, enquanto outros, como Leidmar Lopes, consideram as políticas necessárias, mesmo que eventualmente afetem membros de suas congregações. A falta de um consenso claro dentro das comunidades evangélicas, que por um lado apoiam o endurecimento das leis migratórias e por outro temem suas consequências, tem gerado debates acirrados entre os líderes religiosos.
Embora o apoio a Trump entre os evangélicos ainda seja forte, a situação pode mudar caso as operações de deportação afetem mais imigrantes sem histórico criminal. Líderes evangélicos, como o pastor Ramos, alertam para o risco de que a política de Trump ultrapasse os limites do que consideram aceitável, o que poderia enfraquecer o apoio da comunidade religiosa ao presidente. A crescente preocupação com o tratamento dado aos imigrantes em situação irregular, especialmente aqueles que vivem há anos nos Estados Unidos, continua sendo um tema central para os pastores e fiéis.