O governo federal anunciou a liberação de recursos do saque-aniversário do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para trabalhadores demitidos sem justa causa entre 2020 e a publicação da Medida Provisória, em fevereiro de 2024. A medida vai beneficiar 12,1 milhões de trabalhadores e injetar R$ 12 bilhões na economia brasileira este ano, com parcelas a serem liberadas em março e julho. Os valores são de até R$ 3 mil no primeiro momento, e o restante será liberado a partir de junho.
Embora a medida seja vista como uma forma de estimular a atividade econômica e aliviar os trabalhadores, especialmente em um cenário de inflação elevada, analistas apontam que a liberação do FGTS pode ter um efeito duplo. Por um lado, ela deve aumentar o consumo e beneficiar o varejo, mas, por outro, pode pressionar a inflação, forçando o Banco Central a manter uma política de juros mais restritiva para conter a alta dos preços.
Especialistas destacam que, apesar do impacto positivo no curto prazo, a liberação de recursos não resolve os problemas estruturais da economia brasileira, como o crescimento baixo e a inflação persistente. Além disso, a medida tem uma componente política, buscando melhorar a popularidade do governo, mas o efeito deve ser temporário. A falta de uma abordagem mais sólida entre o governo e o setor financeiro também gera incertezas sobre a sustentabilidade da recuperação econômica.