Seis meses após o incêndio que resultou na morte de um casal e de um bebê de 23 dias em Valparaíso de Goiás, a Justiça recebeu a denúncia contra o responsável pela impermeabilização do sofá da casa, que, segundo as investigações, teria causado as chamas. A acusação, oferecida pelo Ministério Público de Goiás, classifica o incidente como incêndio culposo, ou seja, sem intenção, e aponta que o fogo se iniciou entre a cozinha e a sala do apartamento. Outras possibilidades, como falhas elétricas ou vazamento de gás, foram descartadas, uma vez que a estrutura do imóvel estava intacta.
O Ministério Público destacou que o profissional agiu de forma negligente ao utilizar um produto solvente altamente inflamável sem seguir as instruções de segurança indicadas na embalagem. A investigação revelou que o réu não orientou os moradores sobre os riscos do produto nem conferiu suas características antes de aplicá-lo. O impermeabilizante, especialmente durante a secagem, é perigoso em espaços fechados, o que contribuiu diretamente para a tragédia.
O incêndio forçou o casal e o bebê a se abrigarem no quarto, onde, encurralados pelas chamas, tentaram escapar pela janela. Infelizmente, a tentativa de fuga resultou em uma queda fatal do sétimo andar do prédio. A denúncia formalizada pela promotoria agora segue para a fase judicial, onde serão avaliadas as responsabilidades pelo ocorrido.