As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) subiram na quarta-feira, especialmente nos vencimentos mais longos, refletindo a inflação ainda elevada no Brasil e o aumento dos rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos. O IPCA de fevereiro, que avançou 1,31%, veio em linha com as expectativas, mas continuou a mostrar uma pressão inflacionária significativa, especialmente nos serviços intensivos em mão de obra. Isso contribuiu para a alta das taxas de juros, com o mercado precificando uma possível elevação da Selic em março.
Além disso, a alta dos rendimentos dos Treasuries no exterior também impactou as taxas futuras brasileiras, uma vez que os investidores reagiram aos dados de inflação nos Estados Unidos, que, embora favoráveis em termos gerais, mostraram componentes subjacentes acima do esperado. As tensões comerciais relacionadas às tarifas impostas pelos EUA também foram um fator relevante, afetando a dinâmica do mercado e reforçando as expectativas de que o Federal Reserve pode ter menos espaço para cortar juros.
O cenário de inflação elevada no Brasil e os rendimentos em alta nos EUA deixam as perspectivas sobre a política monetária do Banco Central em suspenso, especialmente após maio, quando a expectativa sobre os próximos movimentos da Selic continua incerta. O mercado precifica uma probabilidade de 56% de uma elevação de 50 pontos-base na reunião do Copom de maio, embora haja também chances de manutenção ou movimentos mais intensos na taxa básica.