A magistrada da Vara da Infância e Juventude do TJRJ destacou os graves impactos do uso excessivo de celulares por crianças e adolescentes, apontando que a falta de regras tem prejudicado sua saúde e desenvolvimento. Em média, jovens brasileiros passam sete horas por dia em frente às telas, tempo comparável a uma jornada de trabalho, consumindo conteúdos curtos e pouco enriquecedores. Entre os principais problemas está a privação crônica do sono, que afeta o crescimento e aumenta riscos de depressão, ansiedade, obesidade e outras doenças.
Outro ponto abordado foi a necessidade de regras claras para o uso de dispositivos, especialmente à noite, com a recomendação de retirar os aparelhos dos quartos e bloquear o acesso durante o sono. A magistrada ressaltou que crianças e adolescentes precisam de nove a onze horas de sono diárias, mas muitas não atingem essa meta devido ao uso noturno de celulares. Além disso, ela enfatizou a importância da colaboração entre família e escola, citando um ditado africano que destaca o papel coletivo na educação dos jovens.
Por fim, a juíza defendeu a reconstrução da confiança entre famílias e instituições de ensino, evitando conflitos e promovendo uma abordagem conjunta para o bem-estar das novas gerações. O texto reforça a urgência de conscientização sobre os riscos do excesso de tecnologia e a necessidade de ações coordenadas para proteger o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes.