Em 2023, o Japão registrou uma diminuição de 861 mil habitantes, alcançando 121,6 milhões de pessoas, o que representa a maior queda desde o início dos registros em 1968. Este é o 15º ano consecutivo de declínio populacional, com 1,58 milhão de mortes e apenas 730 mil nascimentos. Embora o número de estrangeiros tenha aumentado para 3,3 milhões, devido à flexibilização das regras de imigração, o país enfrenta uma crescente escassez de mão de obra. Em algumas regiões, como a cidade de Oizumi, a integração de imigrantes tem se mostrado fundamental para a manutenção das atividades locais.
Com o enfraquecimento da população, o governo japonês tem investido em políticas de incentivo à natalidade, oferecendo subsídios para mulheres grávidas e auxílio para educação e saúde. No entanto, a queda no número de habitantes resultou em um aumento preocupante de casas abandonadas, denominadas “akiya”, que chegam a um recorde de nove milhões em todo o país. Essas residências estão não apenas nas áreas rurais, mas também em grandes centros urbanos, como Tóquio, sendo um reflexo da escassez de pessoas dispostas a ocupar esses imóveis, muitas vezes devido a questões financeiras e ao envelhecimento das construções.
A situação das casas desocupadas tem gerado diversas preocupações, desde os riscos à segurança durante desastres naturais até os impactos na qualidade de vida nas comunidades. A falta de manutenção das “akiya” complica as operações de resgate em caso de terremotos e tsunamis, além de prejudicar o meio ambiente e a segurança pública. Especialistas sugerem que políticas públicas sejam adotadas para transformar esses espaços em estruturas que possam beneficiar as cidades, a fim de lidar com o aumento dessas construções vazias e mitigar os impactos negativos desse fenômeno.