O artigo de Eddy Frankel sobre o pintor escocês Jack Vettriano, publicado em 3 de março, reflete a constante tensão entre popularidade e elitismo no mundo da arte. Vettriano, cuja obra conquistou grande reconhecimento fora dos círculos tradicionais de arte, é frequentemente alvo de críticas que consideram suas pinturas simplistas ou de gosto duvidoso. Para muitos críticos, o fato de Vettriano ser apreciado por um público mais amplo, que não necessariamente tem formação acadêmica em arte, é visto como um defeito, o que contrasta com a visão elitista que prevalece entre parte da crítica especializada.
Alguns defensores do trabalho de Vettriano, como Ross McQueen, argumentam que o pintor democratizou a arte, tornando-a acessível a um público mais amplo e menos restrito. McQueen destaca que, ao contrário de muitos artistas modernistas, Vettriano conseguiu conectar suas obras com pessoas que, de outra forma, estariam distantes do universo artístico. Para essas pessoas, suas pinturas têm um apelo emocional e direto, diferente das abstrações ou das complexas leituras exigidas por outros movimentos.
Por outro lado, críticos como Tamar Payne apontam aspectos problemáticos nas obras de Vettriano, como a representação de mulheres de forma que pode ser considerada misógina. Apesar de seu estilo ser amplamente aceito e admirado por muitos, esse tipo de crítica reflete a controvérsia em torno da análise estética e ética de seu trabalho. Em suma, o pintor continua a dividir opiniões: para alguns, ele é um herói da arte popular, enquanto para outros, sua obra não ultrapassa o superficial e o problemático.