O governo de Israel anunciou neste domingo (9) a interrupção do fornecimento de eletricidade para a Faixa de Gaza, o que pode afetar diretamente a produção de água potável na região, uma vez que as usinas de dessalinização dependem da energia elétrica. O ministro da Energia de Israel, Eli Cohen, afirmou que a medida visa pressionar o Hamas e garantir a libertação dos reféns, além de prevenir a presença do grupo em Gaza após o fim da guerra. A única linha de energia entre os dois territórios abastece a principal usina de dessalinização de Gaza, que atende a mais de 600.000 pessoas.
A interrupção da eletricidade ocorre após o bloqueio total da ajuda humanitária para a região, que havia sido implementado na semana anterior. O Hamas, por sua vez, manifestou interesse em iniciar conversas para a segunda fase do cessar-fogo, que envolveria a libertação dos reféns e a busca por um acordo de paz duradouro. O grupo alertou para os impactos dessa interrupção, especialmente sobre os reféns ainda em cativeiro. O bloqueio de necessidades básicas, como água e eletricidade, gerou críticas internacionais, com a ONU destacando a possibilidade de ser considerado uma forma de punição coletiva.
Apesar do fim da fase inicial da trégua, os conflitos não cessaram completamente, com episódios esporádicos de violência. No domingo, o exército israelense anunciou um ataque contra combatentes do Hamas no norte da Faixa de Gaza. Novas negociações indiretas sobre a segunda fase do cessar-fogo devem começar em Doha, no Catar, com delegações de Israel e do Hamas previstas para participar, mediadas por interlocutores internacionais.