O presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, anunciou a formação de um governo provisório que liderará o país durante um período de transição de cinco anos, encerrando mais de 50 anos de domínio da família Assad. O novo gabinete inclui aliados próximos nos ministérios-chave, representantes de minorias étnicas e uma mulher, Hind Kabawat, como ministra de Assuntos Sociais. Entre os nomes destacados está Raed al-Saleh, líder dos Capacetes Brancos, que assumirá o Ministério de Desastres e Emergências, enquanto um representante curdo foi nomeado para a Educação, sinalizando um esforço de inclusão.
O governo provisório seguirá uma Carta constitucional adotada recentemente, que estabelece a separação de poderes, um Judiciário independente e garantias de liberdades fundamentais, embora mantenha um sistema presidencial forte e a exigência de que o presidente seja muçulmano. A formação do novo gabinete ocorre em meio a tensões, com confrontos entre remanescentes do antigo regime e forças leais ao novo governo, resultando em mais de 1.000 mortes, segundo monitoramentos locais.
Líderes internacionais condicionaram o alívio de sanções à criação de um processo político que reflita a diversidade síria. O governo interino terá a tarefa de elaborar uma Constituição permanente e preparar o país para eleições, em um cenário de desafios internos e pressões externas. A medida representa um passo significativo na reconstrução do Estado sírio após anos de conflito e autoritarismo.