A prévia da inflação oficial em março, medida pelo IPCA-15, registrou alta de 0,64%, pressionada principalmente pelos preços de alimentos e bebidas, que subiram 1,09%. No acumulado de 12 meses, o índice chegou a 5,26%, ultrapassando a meta do governo de 4,5%. Embora o resultado mostre desaceleração em relação a fevereiro (1,23%), os alimentos continuam sendo uma preocupação central, com destaque para aumentos significativos em itens como ovos (19,44%), café moído (8,53%) e tomate (12,57%). O governo já adotou medidas para conter os preços, como a redução de impostos sobre importações de café, e a ministra do Planejamento projetou queda nos valores nos próximos 60 dias.
O grupo de transportes também contribuiu para a inflação, com alta de 0,92%, impulsionado pelos combustíveis, especialmente óleo diesel (2,77%) e gasolina (1,83%). Juntos, alimentos e transportes responderam por cerca de dois terços do aumento do IPCA-15. Outros grupos, como habitação e educação, que haviam registrado altas expressivas em fevereiro, desaceleraram em março, ficando em 0,37% e 0,07%, respectivamente.
O IPCA-E, que mede o acumulado em três meses, atingiu 1,99%, acima dos 1,46% registrados no mesmo período de 2024. Este é o maior acumulado em 12 meses desde março de 2023, marcando a primeira vez em 17 meses que o índice supera 5%. A divulgação do IPCA completo de março está prevista para 11 de abril, enquanto o IPCA-15 reflete dados coletados entre 13 de fevereiro e 17 de março em 11 regiões metropolitanas do país.