Em fevereiro de 2025, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, registrou uma alta de 1,31%, a maior variação para o mês desde 2003. O aumento foi impulsionado principalmente pelos altos preços da energia elétrica, que subiram quase 17%, após um alívio temporário em janeiro devido ao bônus da Hidrelétrica de Itaipu. Além disso, o impacto das mensalidades escolares também contribuiu para o aumento geral dos preços, especialmente no setor de educação, que teve a maior variação do mês.
O custo de alimentos, especialmente itens básicos como café e ovos, também teve um grande impacto. O preço do ovo subiu 15%, a maior alta desde 1994, enquanto o café moído teve um aumento de mais de 10%, a maior variação em 26 anos. Esses aumentos são atribuídos a fatores climáticos e problemas de oferta, como a seca que afetou a produção de café e uma gripe aviária nos Estados Unidos, que reduziu a oferta de ovos no mercado global.
No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação superou 5%, ultrapassando mais uma vez o limite da meta do Banco Central, que é de 4,5%. Esse cenário tem gerado desafios para as famílias, que enfrentam um aumento nos custos de itens essenciais, enquanto os salários não acompanharam o ritmo da inflação. A disparada dos preços de alimentos, que já acumula uma alta superior a 55% desde janeiro de 2020, tem tornado cada vez mais difícil para as famílias manterem o mesmo padrão de consumo.